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José Humberto em O Morro do Ouro, peça de Eduardo Campos, 1963 |
José Humberto, pseudônimo de José Ferreira Cavalcante, minha maior referência de ator no Ceará, meu mestre sem nunca ter me dado aula, mas apenas o seu exemplo de interpretação em poemas gravados no disco O País dos Nordestinos (textos de Jáder de Carvalho) e em atuações no radioteatro da Ceará Rádio Clube e na dramaturgia da TV Ceará Canal 2 .
Não tive a chance de vê-lo estreando em teatro no Conjunto Sacro-Dramático, de Rufino Gomes de Matos ( final da década 1940) nem se consagrando em representações históricas nos grupos Teatro Experimental de Arte,Teatro Universitário/CAD-UFC, Teatro-Escola do Ceará, Comédia Cearense e Quintal, já que nos anos 1960 e início dos anos 1970, auge da sua carreira (um referencial de excelência para o teatro cearense), eu era ainda criança e pré-adolescente.
Mesmo assim, estivemos juntos no elenco da velha Ceará Rádio Clube (1969) e em 1970 ele protagonizou meu rito de passagem da radionovela ao teatro quando, integrando o elenco de O Mártir do Gólgota, me apresentou aos produtores desta peça na qual representei meus dois primeiros papéis no palco (Teatro São José).
Tempos depois, já em 1982, no Rio de Janeiro, cidade onde Zé Humberto passara a morar, ele foi me ver no solo Apareceu a Margarida que eu encenava no Teatro Cacilda Becker. Disse-lhe do quanto eu o admirava. Foi a última vez em que nos vimos.
Por um acaso, em meados dos anos 1990 eu estava outra vez no Rio e coincidiu que soubesse da missa de sétimo ou trigésimo dia, a ser realizada na Igreja da Candelária, em homenagem ao Zé. Fui. E lembro que chorei muito, muito. Por ele, por mim e pela orfandade de sua presença em Fortaleza, nossa pátria-cidade.
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