Em 1910, o Teatro José de Alencar era subordinado à Secretaria do Interior e Justiça e a partir deste ano começa a pôr em prática um rigoroso regulamento interno, que, entre normas e sanções, prevê censuras, repreensões e multas para artistas que por gestos ou entonações desvirtuem o pensamento dos autores ou ofendam a moral e o decoro. Aos espectadores, era proibido fumar em qualquer das dependências do teatro, como também conservar o chapéu na cabeça durante as representações. Outra proibição dizia respeito à atuação de cambistas que deveriam ser presos, se comprovada a infração. O regulamento prevê ainda a realização no TJA de bailes carnavalescos e a contratação de um médico para dar plantão durante as récitas, a fim de socorrer eventualmente algum componente de elenco.
A equipe pioneira de funcionários do teatro, formada dentre outros pelo porteiro Alfredo Alves Cavalcante e por Francisco da Costa e Antônio Fialho, teve algumas vezes de ser acionada até mesmo para conter a platéia da torrinha que, segundo relata o jornal A República, de outubro de 1910, às vezes perturba os espetáculos fazendo comentários jocosos sobre as personagens em cena, atirando setas de papel nos espectadores e até cuspindo sobre as pessoas acomodadas nas frisas.
Também na torrinha do velho teatro um hábito fortalezense parece ter se consolidado em 1910: tocar castanholas, ou seja, friccionar os dedos médio e polegar um contra o outro, numa demonstração de aplauso discreto, atitude então reprovada pelos colunistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário